SEM ÁGUA...

Meus merejados olhos tristes

se perdem no passado

pois bebo as lembranças,

e sinto o travo amargo,

do seu acre beijo...

Minha boca vermelha

sedenta, sequiosa

pois da fonte que vertia,

não entornará mais água

que lave mal hálito do teu beijo...

Meus braços se embaraçam

não mais te abraçam

teu corpo outrora quente

hoje frio intermitente

sombrio, indiferente...

Minhas mãos transitaram

no teu corpo lascivo, mas marcado

nas curvas do teu pecado,

me perdi enlutado

nos caminhos do passado...