Coração sem asas.
Eis um ébrio. Vê seu caminhar
Confuso, trôpego.
Seu desiderato... Amores,
É quem lhe embriaga
Confuso pulsa no peito
O seu grande defeito... É Amar.
A alma desassossegada
É-lhe uma desafeta
Por tanto que a faz vagar
Nesta sina poeta
De aos sonhos se entregar.
Pulsa coração, bate coração...
Um dia, qualquer momento...
Haverás tu de parar.
O ébrio cambaleante... Amante,
Quem nunca saiu do lugar
Em seu último gorjeio, palpitante,
Cansado, iludido, sôfrego!
Com suas asas partidas, grita...
Enseja inda um desejo
E mesmo a gaiola aberta
Fadado à espera d’um beijo
Fenece, pois seu amor,
Não lhe vindo libertar...
Nunca ensinando nos sonhos
Que neles, podemos voar!