Um dia foi...
Foram tantas vezes que eu te chamei
Que a voz enrouqueceu, secou-me a garganta
o peito sem oásis, sem paixão
Triste, pesaroso, enfim emudeceu.
As rosas no arranjo sobre a mesa
Murcharam e perderam o perfume
as pétalas secaram com o tempo
à espera por nós dois, perderam o lume
e a eterna ânsia por novas poesias...
O quadro pendurado na parede
em tons amarelados na moldura
Assim, numa espécie de caricatura
Ria-se de mim o tempo inteiro.
Deixando sempre para depois
O brilho do olhar em sua volta
O riso de alegria na chegada
Molhado pelo choro de alegria
Na espera pelo amor derradeiro...
Não há canção, nenhuma melodia
A 'love history' é coisa de algum dia
Escrita e esquecida na distância
Secou-se com a flor pálida da esperança
Não mais te espero, já não há poesia
Eu viro a página, visto outra alegoria
Não sou nesse momento alegre ou triste
Sou hoje apenas indiferente...
àquilo que um dia foi o amor da gente.