Ciranda Desamor

Diz-me, então, quando todo encanto se perdeu,

Quando o chão ladrilhado virou pó,

Quando o bosque em labaredas se ardeu,

Quando o anjo prateado ficou só?

Quando desaprendemos a sorrir,

Quando nos esquecemos de chorar,

Quando rugas começaram a se abrir,

Quando as cirandas findaram de cantar?

Foi de olharmos em nossos olhos e não nos vermos?

Ou foi em vermos nossos olhos prantear?

Foi em nos vermos e toda vez fecharmos os olhos?

Ou foi em pararmos de nos vermos ao fechar?

Fora embora o cavaleiro esperado,

Ou o cavalo quem melhor estendeu a mão?

Será que a água procurada em poço seco,

Não regou o nosso ingênuo coração?

Yuri Lucchesi
Enviado por Yuri Lucchesi em 03/01/2015
Reeditado em 03/01/2015
Código do texto: T5089636
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.