A Questão da noite
Meus vacilos cresciam o teu ego,
meu caminho, que dantes era reto
desandou e não fui capaz de ver o porquê,
doravante vou seguir com passos duros,
posso sofrer mil vez até a Aurora,
de dedos de rosa aparecer,
mas não vou me deixar enganar por
períodos doces e inúteis, tão curtos em verdade,
nem tampouco deixarei que minhas noites
sejam outras vezes fugazes, feito aqueles
dias que me concentrava em desenhar o teu rosto.
Nesta noite eu te elejo o perigo,
que farei questão de arrostar, e se nesta pugna
por acaso não te vencer, fugirei
irei para onde há paz, e se esse remanso
em minha própria mente não existir,
destrincharei cada momento nosso em minha alma
e com desdém todas eles vou menosprezar.
Amanhã quero acordar com um sorriso de maldade,
quero antever nossos inoportunos encontros
que com encanto meus olhos hão de dizer-te:
tu és uma memória fraca e de tão pouca relevância
que mais nem um verso darei o trabalho de criar.