MORRO DA VIDA E DE MORTE!

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À Amarildo Fernandes Paticce

Ah, Morro! Morrerei não reconhecendo o local em que nasci!

Tiram-lhe a Liberdade de correr pelas ruas de barro

dos carros compactadores de latas de leite,

imaginando-os tratores do Der-Am de

Francisco Januário Calado!

Ah, Morro! Morrerei não reconhecendo o local em que nasci!

(o que fizeram com você?)

O Beco São Benedito, que me viu nascer, agora é “Beco dos Pretos”

Ah, os Mercadinhos Três Irmãos, que ia a pé e do Leão, com

(triciclo com um leão pintado à porta, parado:

Como um carro de três rodas podia

podia trafegar em pistas de barro!?)

Ah, Morro da minha saudade,

da Igreja Coração Imaculado de Maria que frequentava,

campo do Bariri,

da dona Rosa,

do Olaria e Libermorro se duelando ferozmente no campo,

do Batuque da Mãe Zulmira,

(me assustava sua crença e as estátuas imensas)

da Escola Adalberto Vale que frequentei

das professoras – Aidé, Rosa Eduarci Marinho,

Francisca, a “Chiquinha”, Alda Filgueiras

me socorrendo quando quebrei a testa

do igarapé do 40,

das catraias coloridas e dos nados que dei!

(águas límpidas, lindas e areia branca ao fundo

irreconhecível, agora. O progresso chegou! Construiu e destruiu

cheia de concreto coberto por uma ponte!

Ah, Morro!

Da minha Liberdade que me proporcionava,

talvez seja minha prisão,

no Cemitério Santa Helena!

Ah, Morro do bloco à da Escola de Samba, do Almeron,

que lhe deu um hino!

Do Ivan de Oliveira,

Bosco Saraiva,

do Reino do Manhã,

do Nélio, Jairo, Nirvana, “Chico Batera”

Serei esquecido!

(os livros e meu amor pelo Morro da Liberdade; não!)

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carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 08/12/2014
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