IGUAIS, UNS MAIS QUE OUTROS
A República que nos calhou
É bem nobre em qualidades
Entre elas a que encantou
Foi a de haver “igualdades”.
O critério que as destaca,
Por uma ou outra razão,
É o direito que as demarca
No que toca ao cidadão.
Ouve-se dizer por demais,
No horizonte da política,
Que na lei são todos iguais
Mas ninguém aceita a crítica…
Quanto a isto, o País já viu
Até à saciedade,
Que toda a máscara caiu
Ficando nua a verdade:
Todos são iguais, olaré!
Não se procure mais lustros,
Até um cego já vê:
Iguais? Uns mais que outros…
(Parêntesis há que fazer,
Com pezinhos de veludo,
Venha o dinheiro pra se ter
Bastante igualdade em tudo!).
Temos República excelente,
Honra pra quem a criou,
Canta o fado toda a gente
Já cá não ´stá quem falou…
Pelo nosso quotidiano
O que vemos brada ao céu
Cai a nódoa no melhor pano
E, no fim, o burro, sou eu!?
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA