Café Passado

Não importa, o quanto

Se ferva a água, o café

Nunca estará quente o suficiente

Para cobrir como um manto,

Esse incrédulo temor consciente

Que paixões de morte, não atingem homens sem fé.

Não importa, quantas colheres de chá,

Se põe na cuia, o café fica aguado

Para amores de sabor amargo

Sina constante de homens de índole má.

Para chucros de coração ferido,

Não importa o melhor cafezal

O aroma do café será banal

Tal esmero não faria sentido.

O bule ferve, mas tal como pedra

Que só no âmago do vulcão derrete,

Continua a rocha morna na cela

Que apenas de companhia fria,

A solidão prossegue.

Elias Vilas
Enviado por Elias Vilas em 02/10/2014
Reeditado em 02/10/2014
Código do texto: T4984932
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