Café Passado
Não importa, o quanto
Se ferva a água, o café
Nunca estará quente o suficiente
Para cobrir como um manto,
Esse incrédulo temor consciente
Que paixões de morte, não atingem homens sem fé.
Não importa, quantas colheres de chá,
Se põe na cuia, o café fica aguado
Para amores de sabor amargo
Sina constante de homens de índole má.
Para chucros de coração ferido,
Não importa o melhor cafezal
O aroma do café será banal
Tal esmero não faria sentido.
O bule ferve, mas tal como pedra
Que só no âmago do vulcão derrete,
Continua a rocha morna na cela
Que apenas de companhia fria,
A solidão prossegue.