FRAGMENTOS

Olho para o lado e estou sozinho

Do auto da montanha busco coragem para saltar

Mas não sei se fazer isso faria de mim um covarde

Ou se sou covarde por não o fazer

De qualquer forma estou caindo

Neste abismo translúcido

Enquanto caio sinto o vento frio

Espalhando fragmentos de meu corpo inerte

Se desfazendo em pedaços de desamor, saudades e pingos de solidão.

Quem sabe, um destes dias de chuva,

Se transforme numa repentina aurora boreal

E este céu que agora está tão cinza,

Se converterá a um belo espetáculo de cores

Mas enquanto este dia não chega

Me resta torcer para que ao final desta queda

Eu possa ao menos chegar ao fundo

(se é que este abismo tem fundo)

Para poder então descansar

E renovar minhas forças

Teimoso que sou, mesmo ferido,

Escalarei e chegarei ao topo

Desta imponente montanha

Que chamam de vida,

Pois dizem que no topo desta montanha

Mora uma tal Felicidade.

Guerreiro Tharley
Enviado por Guerreiro Tharley em 25/08/2014
Reeditado em 03/03/2019
Código do texto: T4936457
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