Fatalidades

Fatalidade em que se tornou o meu destino,

Desavindo na plenitude da alma austera,

Vã procura de amor e carinho no divino,

Esquecidos na fundura duma cratera.

Fatalidade das águas do rio a correrem,

Pacientes a correr na sua previsibilidade,

Tão belas as águas cristalinas não saberem,

A desesperança da minha inútil saudade.

Fatalidade da beleza que emanas sem querer,

Aprofundadamente subtil de tons alternados,

Enfeitiçaste as nuvens do céu sem antever,

E elas abençoaram os desertos afortunados.

Fatalidade do longo caminho a percorrer,

Aos tropeções inebriado na cúpula do sentir,

Solitário na amargura do meu derradeiro ser,

Prescrito ao sabor da inocência ao me extinguir.

Lisboa, 30-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 11/08/2014
Código do texto: T4918858
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