CINZAS DE UM AMOR ANTIGO
Todo o tempo do mundo
engarrafado a ferro e brasa,
em rede de um sono quente,
em solidão e arrependimento.
Tudo fugiu em um só ato
para o final da plataforma.
Eu fiquei exausto na partida
e nunca verei o que tu será!
Era uma menina no inverno;
no verão tornou-se bronze,
pedra de sal, simento duro...
duro como minha vida
no alvorecer da solidão!
Quando acordei de meu sono
vi um país inteiro em febre,
senti minha cabeça cheia, em chagas,
à monotonia de todos os dias,
e cai!
Nada ficou, tudo era cinzas,
fogueira queimando, um completo nada!