ERRANTE...
Eu que já fui a esperança
Hoje não espero mais nada
Sou feita apenas de lembrança
Ausência, silêncio e palavra.
Eu sinto o gosto estranho
Do beijo dado sem amor
Desperto inerte de um sonho
Sou o néctar impuro da flor.
Nas mãos carrego o peso
De tantas promessas vazias
E cada olhar de desprezo
Reflete lágrimas fugidias.
Eu que já fui a poesia
Da lira de um anjo trovador
Hoje sou uma alma sombria
Fantasma errante da dor.