enquanto tudo, esfumaço
no meio da ponte nebulosa
de onde vim, olho para trás
não reconheço mais: por que vim?
Adiante, o desconhecido de sempre.
Onde sonhava chegar, estive
como a fumaça da cidade
se desfez tudo no céu
que chove ácido
constante
houve um começo
do primeiro passo,
semelhanças, poesia
delusões, descompassos
separações obsessivas
patologias higiênicas
neuroses vulgares
verboses bobas
desconversas pelas ruas
cegueira noturna, desatisfação
aquele vácuo interno, na cabeça
esperando o trem explodir
olhando o ônibus queimar
tudo aquilo
pelo alheio
condenado
ao medo
foi a beleza que ficou nos muros
esperando ser vislumbrada
colorida, suspirava sozinha
faltou tato para ver
não fim, não aceitou
só desamor, adeus.