Não preciso de poemas!
Não preciso de muitos poemas ou de cartas de amor,
Para mostrar-te que um dia amei-te
Com a mesma intensidade que, hoje, sinto essa dor.
No silêncio mórbido que a noite me traz, feri-te
Demasiadamente, por esquecer-te e por deixar-te em paz.
Amor tenro que se foi. Mas amei a ti, sim, amei-te.
Não, não esquecerei, o que a mim fez, jamais.
Coisas boas, não merecem serem esquecidas com o tempo.
Em minha memória, guardarei aquilo que, aqui, ainda jaz.
Amor errante, aquilo inconstante, repleto de contratempos,
Tão incerto e passegeiro quanto a neblina pela manhã... Então...
Paixão consumível, que se foi. Deixe-me ao relento, chega de passatempos,
Cansei de ser apenas um enfeite das tardes de verão.
Não sou mero objeto de ficção, obra inventada por um artista qualquer.
Sou quem um dia te amou... Aquela que era, por ti, louca de paixão!
(Sim, eu era a mulher,
A quem, em um dia qualquer,
Jurastes mil promessas de amor...)