MURALHA DE SILÊNCIO

O rumor da ausência enlaça-se

ao ranger do vento

que faz música nas faseoláceas.

Sinto essa presença para além

dos versos,no meu íntimo,

em vibrações dispersas.

Derramada cada centelha,

olho-te nos olhos que me empresto,

entre tímidas cascatas perenes

neste mar do meu olhar

E há uma muralha de silêncio,hoje.

Nem mesmo a poesia murmura a noite

inteira

Vou sibilando versos omissos

que tocam a vontade desnuda

de mágica quimera

e trazem o aconchego do teu peito,

que firmemente me abraça...

enquanto se faz ouvir a chuva

que vai ressarcindo o meu corpo

pedinte

que ondula na voz do encantamento

magoando a ausência e a distância.

Desperto a qualquer momento

transpondo contigo as muralhas

do silêncio,

no oceano em pedaços,

lembrando as tuas vibrações

no meu cansaço

Mariamar
Enviado por Mariamar em 14/04/2014
Código do texto: T4768158
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