MURALHA DE SILÊNCIO
O rumor da ausência enlaça-se
ao ranger do vento
que faz música nas faseoláceas.
Sinto essa presença para além
dos versos,no meu íntimo,
em vibrações dispersas.
Derramada cada centelha,
olho-te nos olhos que me empresto,
entre tímidas cascatas perenes
neste mar do meu olhar
E há uma muralha de silêncio,hoje.
Nem mesmo a poesia murmura a noite
inteira
Vou sibilando versos omissos
que tocam a vontade desnuda
de mágica quimera
e trazem o aconchego do teu peito,
que firmemente me abraça...
enquanto se faz ouvir a chuva
que vai ressarcindo o meu corpo
pedinte
que ondula na voz do encantamento
magoando a ausência e a distância.
Desperto a qualquer momento
transpondo contigo as muralhas
do silêncio,
no oceano em pedaços,
lembrando as tuas vibrações
no meu cansaço