O que está morto
Veste estes rotos trapos e segue
De mãos dadas com o que está morto.
Sua presença na ausência é o porto seguro da ilusão
Que caminha sempre na primeira fila
destes bons pensamentos que teimam em impregnar-se do contrário.
Estas palavras não são novas
Tão gastas quanto o sentimento de que está morto
Mas essa vontade sobrepõem a vontade
que impreterivelmente cega a sacra racionalidade.
Submete idolatria a o que está morto.
Nem tudo sempre foi assim
É assegurado que nem tudo sempre será
Mas é na volatilidade deste estado que se encontra a queda
E em meio as ruínas, estilhaços dão vazão a confusão que é sentir
Esta instabilidade sufoca quem sempre apreciou a constância.
Quanto mais se pensa, menos se sabe, menos se tem
Reviver o que está morto insistentemente é ludibriar-se
Com o que nunca será
O que está morto, está morto.