Liberdade Carnal
Não, não deixe a luz cessar, por favor
Dê-me um voto de confiança, esperança
Ainda estou em processo de transição
Pedindo tua ajuda, tempo, clamor
Ainda estou soltando meus demônios
Deixando a razão calar, o vento soprar
Sem pedras para atritar, sem atrito no ar
Deixemos meu tempo, pandemônio
A carne ainda não é sã, pouco profana
Deixem sugar minh'alma, isso me acalma
Supre meus deficits, leva um pouco de culpa
Se pequei desculpe, foi minha intenção
As janelas estão fechadas, faz calor
Deixa arder meus lábios, facínora
Sou cobra criada, vaca malhada
A ovelha negra de uma nobre família
Se quiserem renegar amizade, deixo-lhes
Fiquem a vontade, rechaçam de mim
Gozem de meu penar, é bom que límpido
Fico, posso me esbaldar depois a pecar
E aproveitando a rebarba da maresia
Estou ainda cansado de tanta euforia
Peitos fartos de agonia, roto clamo a poesia
Não adianta fecho os olhos...Cegueira
E Deus resolve piscar, momento de caos
Se Ele não está a me olhar, me dano
Na calada da noite, no estalido do açoite
Ser escravo e ter direito de amar...
Gabriel Amorim 09/02/2014