Gritos calados e desnorteados
Os gritos da noite calaram a sua voz.
Não deixaram as mensagens serem ouvidas
Os gritos serviam de empecilho
Por muito tempo caminhaste por ondas sonoras errantes
Foste instrumento para serviços não feitos.
Foste ingredientes para mãos ineficientes
Que não souberam fazer os bolos de vitórias.
Tua voz não soou prazerosa em certos ouvidos analfabetos
Não é que não ouviram, é que não sabiam te ler
Muito menos te interpretar ou te compreender
Ninguém fez por merecer a energia que doaste.
Mas, nada foi em vão.
Nada.
Tudo o que fizeste deu certo.
Só que não souberam aproveitar.
Falaste em momentos exatos.
Deixaste a tua marca registrada.
E tudo o que fizeram?
Foi recusar as lições.
Mas não te preocupes.
Tudo foi plantado.
Tudo será colhido.
Os gritos irão se calar
Quando a dor se alastrar
O sofrimento vai inundar a profundeza escura
Das curvas tortas e insanas.
Não haverá mais empecilhos
Para dificultar o entendimento.
O momento da clareza sempre chega.
Cedo ou tarde, sem atraso.