Por muito pouco
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Meu amor é paciente.
Ele aceita recusas, esquivamente.
Ele aceita esperar.
Aceita quase tudo, quase.
Meu amor tem sofrido.
Ele foi jogado fora, friamente.
Ele foi enxotado muitas vezes, demais!
Suporta quase tudo, quase.
Meu amor foi posto à prova.
Ele foi alvejado, à queima-roupa, de repente.
Ele nunca preenche o ser colimado.
Resiste a quase tudo, quase.
Meu amor vive às portas do talvez.
Ele talvez tenha existido, ludicamente.
Ele talvez deixe saudade, apesar de sufocar.
Sucumbiu à beira-mar, faltando pouco.
Meu amor disse adeus.
Ele se revestiu de energia, loucamente.
Ele decidiu recusar também e disse não.
Desistiu antes da morte, quase lá.
Iguatu-CE, 16 de janeiro de 2014.
21h17min
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