Papel Amassado


Pronuncio a poesia neste papel
Desdobrado
Dobrado nas bordas
Um pouco amassado
Desbotado pelo tempo
 
Nele deposito pedaços
Da minha morte
Que retiro deste meu viver
Intenso
Que vivo agora
Neste remanso
Nestas ondas
Nestes banzeiros
 
Cravo neste papel
Algumas notas do meu canto
Uma parte que meu uirapuru
Deixa escapar
 
Crivo em versos
Rimas desesperadas
Soluços de paixões
Amores que esperei
Nas esquinas dos séculos
 
Agravo neste papel
Meus sentimentos que deixo transbordar
Nas tintas desta caneta
Murmúrios que não consegui segurar
O resto se perde dentro de mim.
 
 
                                   Luiz Alfredo - poeta
 

 
luiefmm
Enviado por luiefmm em 27/12/2013
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