Separação
Como num temporal,
onde os tons se descolorem,
e as paisagens ficam distorcidas,
deixando desolação...
Atinge o meu peito, o coração,
como se estivesse sem abrigo,
sem solo, sem sonhos.
Só abismo...
Assim foi a nossa separação...
Sem o teu corpo, feito obra de arte,
não posso te tocar, sentir o teu calor,
te amar. E os teus olhos,
eram neles que eu mirava
os meus, onde eu lia o seu coração,
através deles eu me guiava...
Não podia ser mais dramático...
ainda não sei onde pisar,
como se fosse vendado, nada vejo,
um pesadelo, caindo, caindo...
Um sonho que quero acordar,
mas não para a realidade,
do meu mundo vazio...
Cláudio Domingos Borges