DO TIPO ROMÂNTICA
A mente foge do corpo a todo instante, tentando esconder a vergonha do agir
Não sei por onde escapou a força, e por qual porta penetrou o desespero,
Afogando em nostalgias, memórias mórbidas que aliviam a pele em brasas
O cheiro seco da rosa ganhada, ainda arde as narinas e as pétalas duras acariciam os lábios
Sou do tipo romântica, que ainda vai morrer de amor.
Por mais que minha face negue, e a inércia tome forças descomunhais em meu ser
São incontroláveis as lágrimas ao anoitecer, e o aperto no peito que parece sufocar
Minha memória falha diariamente em tentar te esqueçer,
E o corpo suado após os sonhos constantes, me parecem como o choro da pele a clamar por ti
Que não seja de mais ninguém o seu toque que a mim deveria pertecer.
Sou do tipo romântica, que ainda vai matar por amor.
E eu que sempre guerrilhei por liberdade, encontro em ti minha kriptonita,
calcanhar de aquiles a me boicotar por inteiro.
És demônio, que atiça a paz e queima como fogo em paixão no meu peito
Que sempre me engana com esses olhos traiçoeiros,
E sempre que vai, volta, neste bulmerangue forasteiro.
Que me provas por toda a vida, com meus sentimentos ruins,
És meu egoísmo, minha cobiça, minha gula, avareza e luxúria.
És todo pecado que me guia ao obscuro, tentação maliciosa,
Que me propõe tormento à procura de paz.
Que sejas seu beijo doce e venenoso, o único a calar meus urros
Sou do tipo romântica, que ainda vai morrer de amar.