Saudades

Horas vagam ao ritmo do relógio

Incertas, sufocante

Na beira da cama, objeto de consolo e destruição

Na metade da garrafa

Delírios povoam as telas da mente

Confusão misturada com as cinzas do cigarro

Pigarro no meio do copo

Um amargor de fel

Ainda não esqueci a última carta

Escrita na agonia da morte

Palavras cortam a alma

Rios de lágrimas

Juras de amor e saudade

Morta ao meio lado

Fria rigidez dos abraços apaixonados

Revolta felina toma conta daquele momento

Vontade desesperadora

Quero fugir de mim mesmo

Esquecer de tudo

Sendo o nada da morte

Uma dor intensa

Dos calmantes ingeridos

A base de álcool

Um estouro no peito

Um adeus ainda jovem

Na vida consumida e destruída

Repousa no sepulcro na metrópole

Do silêncio e esperança

Vida que definha e morre

Na intenção, ato hediondo

Na noite que tudo acabou...

08/02/24

Valdecir Rezende de Souza
Enviado por Valdecir Rezende de Souza em 21/07/2024
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