Gelo de mim
Meu sentimento desamparado, desgovernado segue alocado na pérfida noite chuvossa de calor e penas
meu eu inferior saltou pro interior trazendo à tona sentimentos prescritos e vigorados
me trouxe dores e anseios míticos intragaveis a realidade
tragados na minha dose forte e quente
viajada cortante pelo esofago à mente turva chorosa
solidão na multidão trás a incompreensão de mim
trás a contradição, involução
trás minha pele cortada magoada, aparentemente sarada pelo gelo agregado a mim
arrancada a casca destrinchada em lasca
segue na hemorragia,
hemorragia de mim
a chuva cessa e com ela eu sei, meu penar
meu pesar
o dia vem e com ele a cura,
o gelo que vem com calor
gelo de mim
gelo de fim
fim do sofrer