Ampulheta da insignificância

Eu ando pelas ruas em tom atenuado

meu olhar fala de tons avoado

transmuta no escuro o sentido ouvido e cobrido

derrete as cores pintadas num mosaico de sentimentos

cores quentes que gelam o derretido gélido do férvido pincel de mim

tons de fado e fardo

eu ando pelas calçadas prestando atençao na insignificância

chutando contraditoriamente a ganancia

sangra da tela cortada a pintura do meu âmago

ampulheta infínda de sentimentos eternamente a volver

riso de choro e tons de sofrer

presto atenção na solidão

no chegar sem chegada

e nos olhares despercebidos

sou pintura sem vanguarda

poesia em estética, sem movimento

sou arrependimentos

sou vazios

sou risos sinceros

sou tristezas e alegrias

agradecimentos e mágoas

sou medos e temores

sou poeta

sou humano

sou nada

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 18/08/2016
Código do texto: T5732786
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