Ampulheta da insignificância
Eu ando pelas ruas em tom atenuado
meu olhar fala de tons avoado
transmuta no escuro o sentido ouvido e cobrido
derrete as cores pintadas num mosaico de sentimentos
cores quentes que gelam o derretido gélido do férvido pincel de mim
tons de fado e fardo
eu ando pelas calçadas prestando atençao na insignificância
chutando contraditoriamente a ganancia
sangra da tela cortada a pintura do meu âmago
ampulheta infínda de sentimentos eternamente a volver
riso de choro e tons de sofrer
presto atenção na solidão
no chegar sem chegada
e nos olhares despercebidos
sou pintura sem vanguarda
poesia em estética, sem movimento
sou arrependimentos
sou vazios
sou risos sinceros
sou tristezas e alegrias
agradecimentos e mágoas
sou medos e temores
sou poeta
sou humano
sou nada