Olhar negro ladino
Tomada trova, entornei-a sob o céu
Tombada a cova, embebedei-me de mel
Olho negro ladino
Vertido no estro lírico que narra
A ode e o hino
Da minha poesia
E me parte a profecia
As luzes do seu olhar vibram nos meus olhos
E a sua voz treme no ventre da minha paixão
No solo do seu solo me plantei
Tornando-me seu chão
Meus olhos voam sem direção
Para chegar ao vão
Emaranhou as palavras e me rubricou com escalavras
Passou por mim sua poesia
Via-te em mim nessa sinestesia
Ganhava um verso de cortesia
E assim seria a junção em um só ser
Tez branca que meu tato tranca
Cortando assim a fonte do viver