Frida, calo.
Preso num quadro de frida kahlo,
Entrecorto cores, visto-me de dores
Coloro as amarguras da minha vida, calo
Colorido cinza o pesar, os amores
O pincel de arame corta suave o branco da tela,
Minha pele danida é a tela, sem cor é bela,
As cores sem cores tingem a saga da minha tristeza,
Expressionistamente expressam estranha beleza,
As ausências fazem jorrar lagrimas de tinta vermelha
Do meu olhar,
Os pensamentos constroem verticais concretizados,
Desconcretizados devaneios de mim.
A medida que o pincel terce os anseios de fim,
Estou preso numa vanguarda de assombro,
Oh dúvida, incerteza, beleza e majestade
As carências esganiçam meu íntimo externo,
Enquanto as certezas ensurdecem a estética,
Do sentimento,
da poesia.
Da vanguarda,
de frida kahlo,
calo.