Frida, calo.

Preso num quadro de frida kahlo,

Entrecorto cores, visto-me de dores

Coloro as amarguras da minha vida, calo

Colorido cinza o pesar, os amores

O pincel de arame corta suave o branco da tela,

Minha pele danida é a tela, sem cor é bela,

As cores sem cores tingem a saga da minha tristeza,

Expressionistamente expressam estranha beleza,

As ausências fazem jorrar lagrimas de tinta vermelha

Do meu olhar,

Os pensamentos constroem verticais concretizados,

Desconcretizados devaneios de mim.

A medida que o pincel terce os anseios de fim,

Estou preso numa vanguarda de assombro,

Oh dúvida, incerteza, beleza e majestade

As carências esganiçam meu íntimo externo,

Enquanto as certezas ensurdecem a estética,

Do sentimento,

da poesia.

Da vanguarda,

de frida kahlo,

calo.

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 16/02/2015
Reeditado em 17/02/2015
Código do texto: T5139384
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