Ontologia

Reinventa-se a cada dia

Nos bares, nas esquinas

Rodopia nas rodas de samba

E a tristeza se adia

Popular sarabanda

De coturno e galocha

Que ao tempo desanda

E a todos debocha

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Com a língua da melancolia

E os dentes da galhofa

Destroça os dicionários

Mercenários da prosa

Da rosa inculta do sertão

Errante, rumo ao incerto,

A língua se transforma

Matéria antes morta

Ressuscita, desrespeita

A mais infame norma:

Ser escrita