Do avesso
Me diga amigo meu, há alguém no mundo mais honesto do que eu?
Sou o único que pode mostrar a imagem do outro lado do olhar
Um entristecer a outro encantar, porem, impossível a todos agradar
Se existe beleza verdadeira, só eu posso te indicar
Quando ha feiúra estampada em alguma cara
Logo assisto a teu próprio desgosto
Motivo pelo qual não quero ver ser rosto
Apresenta-te a mim quando estiver puro como eu te deixei
Não me mostre suas iniqüidades nem tampouco suas transgressões
Pois no dia que designei o teu trabalho, mostrei qual era a tua obrigação
Agora não adianta vir me dizer que a nudez do mundo tu tentaste esconder
Se em algum momento estilhaçaram suas partes
Já não podes refletir o que guardaste
Porque agora vemos por espelho em enigma
Mas então veremos face a face