JURASSÍCO

14.06.03.

A caneta que ainda escreve

Olhos que ainda apalpam e

A música que ainda diverte

A pupila que ainda dilata

As mãos que ainda provam e

Os sons que ainda brilham

Toda conjugação que dissimulo

A lerda compreensão do nulo e

As mesmices que entorpecem o ar

Um novo dia quase idêntico ao velho

Um tão velho amor quase tão novo que jurássico

A tinta que nunca seca

O plástico que não derrete

O frio que não se aquece

O álcool que envelhece

O rosto que não se esquece!

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 24/05/2011
Código do texto: T2989401
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.