Canto de Regresso
Hoje acordei com ânsia de amor
impávido evidenciei o meu vigor
e com este corpo atônito expelindo suor,
prisioneiro de paredes cinzas estou.
Aventureiro sem parente e sem dinheiro
na cidade repleta de estrangeiro
no dirigível de pés redondos e moles,
no ziguezague estou, tentando chegar primeiro.
Oh! rua alongada e fina
tira-me de vagos pensamentos
traz-me de volta ao ponto
acalenta-me deste tormento.
Oh! estádios vorazes estridentes
de mentes sedentas ao revanche
a galera em gritos e estrondos
de derrotas não se sabe, pendentes.
Oh! Choro que me abre a garganta
meu rosto não retem este pranto
adormeceria agora talvez...
se alguém me cantasse este canto
Canto que me levasse de volta
com a vontade fugaz de um tigre
pra sair dessa miuçalha que me revolta.
E zombar da protérvia imbecil dos medíocres.
Mas agora, em meu lar regozijo.
Sem regras, sem horas, sem taras,
sem quinquilharias de vãos caprichos,
e, sem a solidão que me franzem a cara.