Canto de Regresso

Hoje acordei com ânsia de amor

impávido evidenciei o meu vigor

e com este corpo atônito expelindo suor,

prisioneiro de paredes cinzas estou.

Aventureiro sem parente e sem dinheiro

na cidade repleta de estrangeiro

no dirigível de pés redondos e moles,

no ziguezague estou, tentando chegar primeiro.

Oh! rua alongada e fina

tira-me de vagos pensamentos

traz-me de volta ao ponto

acalenta-me deste tormento.

Oh! estádios vorazes estridentes

de mentes sedentas ao revanche

a galera em gritos e estrondos

de derrotas não se sabe, pendentes.

Oh! Choro que me abre a garganta

meu rosto não retem este pranto

adormeceria agora talvez...

se alguém me cantasse este canto

Canto que me levasse de volta

com a vontade fugaz de um tigre

pra sair dessa miuçalha que me revolta.

E zombar da protérvia imbecil dos medíocres.

Mas agora, em meu lar regozijo.

Sem regras, sem horas, sem taras,

sem quinquilharias de vãos caprichos,

e, sem a solidão que me franzem a cara.

Paulo Acácio
Enviado por Paulo Acácio em 04/11/2010
Reeditado em 26/01/2021
Código do texto: T2596480
Classificação de conteúdo: seguro