Sofia de Paranaguá

Ave-Maria, cheia de graça,

Que há tempos não escrevia

O que meu coração dizia.

O Rio Itiberê me acolheu,

E, desse dia em diante, nasceu

A camélia mais linda

Na praça dos Leões.

Oh, Maria, como agradecer

Os dois anos que me fizeram florescer?

Da Júlia da Costa até Dona Marta,

Entre cafés, surgiram cartas.

De Guaratuba a Antonina,

Num dia, me descobri Antônia.

Perdi-me em "As Horas",

Entre Helenas, Cidálias e Natálias.

Meu amor veio na UNESPAR,

E nas Letras, pude me encontrar.

Na secretaria, souberam contar

As vezes que ali me viram cantar.

Sofia, no céu, há de brilhar,

Pois nunca parei de brincar.

Quando comecei a te amar,

Também aprendi a corar,

E tratei de admirar

O real sentido de tudo.

Sofia dizia viver

Um dia de cada vez,

Mas já viveu tantas vidas...

Tantas vidas que vivi,

Só para ouvir o bem-te-vi

Dizer que um dia morei aqui.

Ontem, fui embora

Com meu terço de Fátima,

Chorando, achando ser a última

História neste lugar.

Não peço misericórdia,

Só Deus conhece minha inocência.

Oh, Maria, deixa-me amar

E agradecer os dias

Em que o Porto chamou minha alma

Para reencontrar os amores da vida.

Aqui fala Sofia,

Sofia de Paranaguá.

Amém.

Felipe Mattos e Sofia
Enviado por Felipe Mattos em 26/03/2025
Código do texto: T8294750
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