O retorno ao Centro

Parei.

Não por escolha, mas por um cansaço que me venceu

como se o próprio vazio pedisse trégua.

Percebi, enfim, que caminhar sem rumo

é apenas outro jeito de permanecer imóvel.

Por quanto tempo confundi movimento com progresso?

Corri por labirintos que eu mesma desenhei,

feitos de urgências, ruídos, atalhos sedutores.

E no fundo, o que encontrei?

O eco de mim mesma, frágil e sem respostas.

Foi então que notei: o centro não estava perdido,

eu é que havia me desviado.

A bússola sempre esteve ali,

mas o pó das minhas vontades a cobriu.

Não era o acaso que eu precisava,

mas o eixo.

Aquela linha invisível que não muda,

a voz sutil que ressoa como verdade

mesmo quando tudo grita ao contrário.

Chamar de “Caminho” parece simples demais,

mas é isso:

Uma estrada tão eterna quanto discreta,

esperando por quem ousa parar,

olhar para dentro

e ouvir.

Não encontrei respostas no vento,

nem sinais no horizonte.

O encontro foi no gesto mais antigo:

abrir os olhos para dentro,

e encontrar Aquele que sempre esteve lá.

Rebecca F
Enviado por Rebecca F em 18/11/2024
Código do texto: T8199954
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.