Ermos do Alverne
Nos ermos do Alverne, sob a sombra e a luz,
Francisco, o poverelo, busca a prece, a paz,
Marcas do céu em suas mãos e pés,
Quatro cravos de dor e amor, tão tenaz.
Cada chaga é o testemunho da transformação,
Do corpo imolado, uma lição viva se faz,
Cristo em Francisco, pleno em conversão,
A dor é a senda que ao amor traz.
O caminho do monte, a vida sem descanso,
A cruz, para ele, é a alegria perfeita,
Nela, o eloquente amor é manifesto e franco,
E o Cristo amado o guia e o enfeita.
No sofrimento, a plenitude se revela,
A vida contemplativa em ação se une,
As marcas em Francisco, a paz revelam,
No seu corpo, a visão do céu se resume.
Através do dinamismo da dor e da entrega,
Um amor profundo, eterno e verdadeiramente sutil,
Francisco se transforma, cada dia, e o céu se eleva,
No corpo, a coroação do divino, um amor tão gentil.
AUTOR: John Ribeiro