A visão

O vento sopra forte

Assusta quem está dormindo

Acorda criança no berço

O cachorro fica latindo

O andarilho em passos lentos

Caminha sem direção

A procura de um abrigo

No meio da multidão

O vento judia do pobre coitado

Que treme de frio , mas sofre calado

Onde vai passar a noite, ninguém sabe

Ficará o pobre na rua jogado?

Sua cama é o banco da praça

Muitos passam e acham graça

Ao ver o pobre coitado

Num cobertor xadrez enrolado,

Mas não sei se por ironia ou não

U menino puxa-lhe o papelão

Que o seu banco era forrado

O coitado resmungou

O menino ficou parado

Queria ver o rosto do homem

Que ali estava deitado

Foi um ato de compaixão

Mas o menino tremia de medo

Ao ver o rosto do homem

Ficou assustado, era um rosto conhecido

Parecia-lhe São Pedro!

Já tinha visto aquele homem na igreja

Onde com sua mãe ia rezar

Rosto magro, barbas longas

Ou será que estava a sonhar,

O homem sentou-se no banco

E com o menino conversou,

Não filho , não sou São Pedro,

Mas sou muito conhecido

Estou na pele de todos

Mas não fique aborrecido

O seu sentimento é puro

Por isso teve a visão

Isto é benção de Deus pai

Que está vivo em seu coração

Sou o próprio Jesus Cristo

No meio de seus irmãos...

João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 06/07/2024
Código do texto: T8101378
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