Princípio de redenção

Livrai-me do ódio, ó Pai da misericórdia!

No âmago carrego a revolta incauta,

Escorrida nas veias da cólera diabólica,

Sinto-me sem razão alguma ser vingado

Uma injustiça etérea impossível.

Curai-me a prepotência humana!

Um servo indisponível ao sofrer

Observando-o nesse vácuo da cruz,

Com as pálpebras no céu quero crer,

Fitando-o no globo lunar

Um pedido sôfrego de total socorro.

Dai-me razão para Amar-te!

Quero ser teu filho, mas o vazio

Sucumbe a minha víscera baluarte;

E sinto uma ausência se Tu não me habitas…

Blasfemo sem falar, só a emoção honesta:

Não há respostas do Teu idioma,

Ainda que Fales com o amor único,

Ouço com o ódio de sangue

Surdo, mudo, e o desespero deficiente.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 05/04/2024
Reeditado em 08/04/2024
Código do texto: T8035464
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