O Natal e a Guerra

É Natal ...

o silencio despe o infinito

e o mundo veste-se de guerras.

Há mães que choram filhos mortos,

pais que choram pais,

mortos que não partem,

tanta gente sem rumo.

Não sei se é Natal!

Não pode ser Natal!

É Natal ...

as lágrimas jorram como fontes

secando as fontes d'água.

Gente sem casa, sem comida

nem familia.

Corações despedaçados

suplicando por amor.

Não sei se é Natal!

Não pode ser Natal!

É Natal ...

o Sonho de Belém é destruido ...

... a manjedoura está vazia

e vazia está a humanidade.

Não sei se é Natal!

Não pode ser Natal!

O Menino retira-se da gruta.

Não há cânticos de Glória

nem estrelas no firmamento,

o manto da noite veste Belém.

O silencio despe o infinito

e o mundo veste-se de guerras ...

Não é Natal!

Ali ... não pode ser Natal...