Não, há um.
Não há um justo sequer,
Não há quem busque a Deus,
Que cumpra o que se requer
E sejam bons os caminhos seus.
Seguem a vontade do coração,
Se inflamam em pecados,
Pervertendo a criação
E pelas suas palavras sendo condenados.
Que há em meu interior?
Não vejo nada bom em mim.
Desde que fui concebido sou pecador,
Sofrimento eterno é meu justo fim.
Acaso há bondade neste mundo?
Os maus se fartam na dor dos oprimidos.
A justiça se tornou em homem cego e mudo,
E os bons costumes foram há muito esquecidos.
Não há um justo sequer,
Não há quem busque a Deus,
Que cumpra o que se requer
E sejam bons os caminhos seus.
Não, há um justo que entre nós habitou!
Um homem a Lei obedeceu.
Sobre si, nossa injustiça carregou,
E, vitorioso, aos céus ascendeu.