Ai de ti
Eia, perto está o ressoar das trombetas!
Quando o Sol não mais terá o poente.
Da terra se levantarão as antigas silhuetas,
E do céu descerá o Rei em seu trono reluzente.
Virá o noivo para buscar sua noiva amada,
Transformará em alegria todo o pranto.
Não mais haverá dor nem lágrima derramada,
Apenas júbilo e paz, eterno louvor e canto.
Mas que pureza encontrará Deus na Terra?
Eis que sua noiva se prostitui em sua casa,
Contra o noivo e contra o próximo faz guerra,
Para sacrificar à carne, já acendeu a brasa.
Ai de ti, árvore que hoje se corrompe,
Amanhã virá o ceifador a cortar-te pela raiz.
Te lançará no forno cujo fogo já irrompe,
Punirá eternamente teus pecados vis.
Pois te calas diante dos teus semelhantes,
Tens vergonha da verdade e amor de Deus?
Enches teu coração de mentiras constantes
Para não pregar a vida aos próximos teus.
Crias para ti a ilusão de uma verdade,
Enxertas na Palavra de Deus as tuas mentiras
E pregas nos púlpitos a morte e falsidade,
Onde foi a sã doutrina que com falsa fé aboliras?
Dizes com fé e orgulho que acreditas em Deus?
Tolice. Pois até os demônios tremem e acreditam.
Que tens de diferente? Sabes mais que os fariseus?
Até os lábios de Satanás versículos proferiram.
Enches tua casa e mente de livros de teologia
E pões em tua boca louvores belos ao coração,
Mas te esqueces de viver a fé em teu dia a dia,
Não ensinou Cristo a sacrificar a vida em adoração?
Te acovardas enquanto tua fé é, em público, agredida.
Te cegas enquanto teus filhos no mundo se desviam.
Te escondes enquanto a verdade é corrompida.
Te conformas enquanto teus irmãos se esfriam.
Não ouses chorar quando tua casa se destruir,
Quando as portas de tua igreja forem fechadas,
E fora dela, teu filho te esquecer e tua filha se prostituir,
Pois com sangue deles tuas mãos estão manchadas.
Ai de ti, pastor que não passa de mascarado covarde,
Não luta pela sã doutrina na qual foi ensinado.
Buscas a paz na igreja, mas sacrificas a dura verdade.
Dizes ser pastor, mas foges quando vês o lobo esfomeado.
Maldito mercenário, buscas tua própria paz.
Arrancas a lã, mas não dás pão e água a comer,
Não te agradas das lutas que o evangelho traz?
Queres crescer na igreja ao invés de fazer a igreja crescer?
Falas da pregação da Palavra a toda criatura,
Enquanto te escondes no conforto de tua igreja.
Hipócrita e covarde, foges de enfrentar a vida dura.
Não ensinou Paulo a lutar, pelo Evangelho, qualquer peleja?
Pregas a antiga promessa, mas buscas inovação.
Trocas antigos estilos e tradicional liturgia,
Mandou Deus ser criativo e atraente na adoração?
É o que a antiga história de Nadabe e Abiú já advertia.
Conheces as dores de tuas ovelhas?
Eis que muitas se perdem sem pastor para as procurar.
Não tentes medicar quando as feridas já estão velhas,
Acaso é possível não conhecer e ainda assim cuidar a amar?
Ofereces tua vida como padrão de imitação?
Disse Paulo: Sede meus imitadores como sou de Cristo.
Vives o que pregas, ou não passa de ilusão?
Se és falso profeta, está em ti o espírito do anticristo.
Em verdade te digo, melhor seria não teres nascido,
Pois em tuas mãos está o sangue das ovelhas do Senhor.
Se hoje não queres morrer para pregar vida ao caído,
Amanhã cairás, e a ti o Pastor pregará eterno juízo e dor.
Ai de ti, presbítero que não cumpre o dever,
Cuide pois séria e solene é tua função.
Não sirva buscando ajuntar poder,
Pois será essa a fonte de tua perdição.
Em tuas mãos tens certamente autoridade.
Mas veja bem o que há em teu coração,
Para que não sejas réu de sangue e iniquidade
E sobre ti recaia justa e terrível punição.
Estás firme na Palavra do Senhor?
Achas que sim? Assim pensavam os fariseus.
Não subestimes teu coração pecador,
Lembre-se que são maus os desígnios teus.
Tua vida está exposta como exemplo.
Sabedoria ou tolice? justiça ou impiedade?
Como te portas dentro e fora do templo?
Cuide que não causes no Corpo enfermidade.
Meditas com tua família na Palavra do Senhor?
Teus filhos são louvados pela fidelidade?
Se não és, sobre tua família, líder em amor,
Ousas querer ser sobre a igreja autoridade?
Teu conhecimento te acusa ou te ensoberbece?
Buscas em submissão obedecer ao Senhor?
Somente na sã doutrina a Igreja se fortalece,
E se afasta das belas garras do tentador.
Presbítero, seja sempre fiel na sã doutrina,
Pois o coração é desejoso de enganar.
Não ignores o que o passado nos ensina,
Para que não deixes de fielmente a Deus louvar.
Eia, perto está o ressoar das trombetas!
Quando o Sol não mais terá o poente.
Da terra se levantarão as antigas silhuetas,
E do céu descerá o Rei em seu trono reluzente.
Quando se abrirem os céus, como estará teu coração?
Aos que morrem para si será proclamada vida eterna.
Os que vivem, fogo eterno enfrentarão,
Pois rejeitaram a pura e única Verdade que liberta.
Olhe para dentro de si, meu querido irmão,
Se livre imediatamente de todo pecado.
Busque encher-se com justiça e retidão,
Ouça a voz do Espírito que nos foi enviado
Enquanto é tempo de haver o perdão.