O Pecado II

A minha silhueta, uma infame sombra,

Tão preta, baixa, fraca, espurca e magra.

Esses pecados sujos, desejos sórdidos,

Jamais saberás meus amores e ódios.

Posso sentir as doces garras da Diabra,

Agarrando-me como os berros de uma cabra,

Como unhas de corvos, arame farpado.

Isso seduz meu peito, tão putrificado...

Teu acre cheiro engana meu infesto nariz,

Transforma a dor e o castigo em algo feliz.

O Prazer se apraz no vício e não na virtude,

Mas peço: me socorra em sua Beatitude!

Aniquile com o orgulho em meu coração,

Fulmine a soberba que me impede a comunhão...