Feri-o, Menino Jesus
Sonhavas comigo, Menino Jesus?
Que hei de aprontar às Tuas moradas?
Fui eu quem feriu-te Os Virgens Olhinhos,
Óh Verdade Irrepreensível!
Quem o açoitara
E crava-te o madeiro ao Coração ainda
Sou eu, Menino Jesus!
Por que me olhas qual pai, Menino?
E por que me amas qual Pai e qual Filho?
-- E esposo!
E irmão!
Quereis-me tanto em absoluto,
Menino Jesus?
Já eu tenho se não vileza atroz e
Mácula num olhar cadavérico,
Morto, que acanha-se À Vida:
Menino Jesus.
Mas, se O Vosso olhar resignado à cruz revolve
Meu repelente olhar à caridade
-- Que açoite é só à vanglória --,
Menino Jesus,
Verei, eu, que O Feri.
E aí, chorarei copiosamente o vosso suplício,
Em gratidão perene ao Pai,
Ao filho
E ao Espírito Santo.
Amém.