Deserto de concreto
Caminhando firme nas ruas dessa cidade
Com os olhos voltados pra frente e o porvir,
Atrás dos sonhos e metas calculados por mim,
Rígido e inflexível diante de qualquer adversidade.
De repente todo o cenário muda no espaço
Algo mais forte que a matéria me atinge,
A dor e a obscuridade que agora me aflige
Consome e corrói todo meu ego num estalo.
O que essa mão procurou por tanto tempo?
Buscando sempre algo tangível e concreto
Construindo um império por um caminho indiscreto
Varrido num instante ao primeiro contratempo.
Vaguei por anos cego de ilusão,
Procurando razões pra entender tudo isso,
Vejo um momento pra aprender a ser submisso
Rente à forças fora da minha compreensão.
E nesses intensos momentos de reflexão,
Mesmo vivendo nesse deserto de concreto,
Busco agora seguir o Caminho correto,
Enxergando luz em minha própria escuridão.
O que fazer de agora em diante?
Frente a uma estrada estreita e tortuosa,
Peço ajuda aos céus trespassar essa barreira espinhosa
e que guiem meus passos, sendo eu apenas um aprendiz errante...