A presente ausência
Não se pode negar o vazio,
O vácuo, a ausência;
O rombo em nossos corações.
Até a inexistência são os rastros da Memória.
Ainda não enxergarmos o vazio como uma gleba por causa do grito da matéria, rangendo os dentes com raiva do despertador: a existência; contudo os seus fundamentos nos acerta no estômago.
A Verdade nos vomita causando fome de Pão quentinho. A gleba nesse instante é uma mesa, e também escrivaninha, e a assim a vida se reconstrói.
Como se houvesse um buraco negro em nossos corações de bússolas, uma fera faminta, um limite infinito perene como A(h)orta.
Com nascente no coração do Verbo e foz na Eternidade à caminho da Voz,
em busca da Sua Face.
Precisamos recuperar a rota, calcular os rumos e azimutes, e alinhar-se no imutável.
Por enquanto é um sussurro e lampeja, expandindo os anseios da Chama que não morre e nos reapresenta o gênese no pó das cinzas,
Que somos nós.
Até que alarme a aguardada Hora;
e o Despertador nos conduza de volta ao Jardim.