80 anos do Martírio
Em berço judeu Edith Stein nasceu e cresceu,
mas por um bom tempo agnóstica permaneceu,
nos estudos, a busca pela verdade a absolveu,
na Igreja Católica o que procurava lhe apareceu.
A santidade não é apenas sorte,
do pecado, exigiu dela um corte,
foi preciso enfrentar a própria morte,
em todo momento ela precisou ser forte.
Pelo direito das mulheres teve de lutar,
a estrutura humana buscou analisar,
aspectos da educação conseguiu inovar,
como filósofa muito pode nos auxiliar.
Como uma pessoa simples de sua época viveu,
há todos muito ensinou e aprendeu,
mas quando a Jesus conheceu,
um diferencial em seu interior floresceu.
Santa Teresa D'Ávila ela encontrou,
São João da Cruz lhe inspirou,
São Tomás de Aquino a ensinou,
diversos santos, do Salvador, a aproximou.
Razão e fé ela conseguiu bem reunir,
pesquisa, santidade e humanidade juntas fez fluir,
diálogo inter-religioso em si pôde surgir,
através de sua vida muito há de se refletir.
Com seus trabalhos acadêmicos riqueza tem a oferecer,
mas num dado momento mudou seu proceder,
mesmo sem sua família aceitar e entender,
do Carmelo fez seu lugar para bem viver.
O ingrato destino dos judeus precisou aceitar,
num campo de extermínio sua vida veio a dissipar,
no ordinário do cotidiano sempre esteve a lutar,
em meio às dificuldades o Cristo buscou exalar.
À Jesus ela tanto se identificou,
que uma vida semelhante à d'Ele buscou,
em meio à dor, o martírio não recusou,
ao seu redor o amor espalhou.
Ao aceitar e carregar a própria Cruz,
se tornou ainda maior sua luz,
fonte de esperança para o mundo reluz,
instrumento que ao Salvador conduz.