Graça
Vale uma semente a árvore
Que contém por promessa
O tempo o fastio do tempo?
Vale a morte doada
Os frutos vindouros?
A casca seca e rompida
deflorada em ramos
Corola armada e túrgida
A polpa suculenta e dadivosa?
(Quando criança eu achei um embrulho de moedas,
Contadas e organizadas
Mais presentes que perdidas
Depois, uma nota média na onda do Mar veio em minha direção.
Apanhei, pois era minha,
E comprei sem perguntar quanto
Hoje, aos quase trinta, só espero encontrar- me antes do fim)
Vale a bruta seiva talhada
Um perfil acabado;
A lamina cega?
O gume gasto como um pólen
Na doação de si?
"Vale?"
Sempre vale!
A graça só nos custa o que é dom