A LUZ 1 💠

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,

como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

João 1:14

“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho,

E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL,

Que traduzido é: Deus conosco.”

Mateus 1:23

Eu vi a luz.

Eu vi o luar cascateando

Por entre as folhas das árvores frondosas

E de tanto lumiar vi estrelas caindo de maduro

A luz se esgueirava por entre as frestas

De um velho paiol ancorado nos séculos eternos

E espantava velhas ratazanas noir*

A luz estendia suas asas sob o manto da noite

E como num passe de mágica

Fazia com que o índigo firmamento

Se transformasse em dia luzido

Apesar da Noite ciclicamente insistir

Em mostrar sua face negra e cravejada de estrelas

E de infinitos mundos além

A luz jamais se cansava de rotineiramente

Fazer sua mágica de metamorfosear

E transformava toneladas e mais toneladas de trevas

Em si e se multiplicava singularmente

Em intrínseca e iluminada meiose

Simplesmente e assim.

A luz não é energia

Etérea ou abstrata

A luz é simplesmente uma opção de cada um...

Eu via seres obscuros, subnutridos de luz

De tanto mamarem nas tetas das trevas

Obesos e empanturrados

Eclipsados em morte lívida e pétrea

E em antônimo perfeito

Vaga-lumes pirilampeavam

Sobre um brejo enluarado de luar

Eu vi um ser obscuro grávido de luz

E neste parturiente se achou a plenitude

De toda a luz que só a luz poderia mostrar

Raios de luz que emanavam e voltavam

À sua fonte

E neste nascimento singular

Eu vi a luz travestida de homem

A luz veio iluminar a todo o homem

Mas a cegueira era tanta

Que cegos por opção

Escolheram a cegueira ao invés de clarear

Escolheram odiar a luz ao invés de a amar

Ali estava a luz verdadeira,

Que ilumina a todo o Homem que vem ao mundo.

Veio ao mundo, e o mundo foi feito por ela

E o mundo não a conheceu.

Veio para iluminar e foi rejeitada

Mas, a todos quantos a receberam

deu-lhes o poder de serem fontes de luz sem fim

A jorrar na escuridão

E a luz se fez Ser, e habitou entre nós

Cheia de graça e de verdade

Cheia de luz e de amor

E a luz era a vida dos seres obscuros

E não importa o quanto de densas trevas

Pudessem neles haver

A luz fazia sua mágica

De metamorfose

E em intrínseca e iluminada meiose

Se multiplicava em seres obscuros

A tantos o quanto não se podia

Contar ou enumerar

Eu era cego e vi a luz

Não...

...Eu era cego e a luz me viu

A luz estendeu suas asas emplumadas de graça e Misericórdia e me envolveu num beijo súbito

De alegria e verdade

Me transfazendo em amanhecer

Tudo ao mesmo tempo, agora.

A luz me escolheu como sua opção

Uma escolha que só ela poderia fazer

E eu obscuro escravo apenas me submeter

E obedecer

Em luz.

27 de janeiro de 2008 14:47

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 16/03/2022
Reeditado em 04/04/2023
Código do texto: T7473620
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