Ponderações acerca do óbito.
Fria como a madrugada invernal,
Tece sua lã, enrola sua pluma,
Vorazes são seus vestidos rubros,
Em sua mortalha fúnebre; caçoa.
Divulga seus feitos macabros,
Anula a existência em seu metabolismo,
Trama e causa tremor,
Quem poderá suportar seu ardil sagaz?
Com sua foice extirpa o ciclo,
Destrata o doente, fulmina o paciente,
Não tolera boas notícias, se impõe na imundícia,
Prefere a separação, mísero luto é bobagem.
Seus dentes estão destrutivamente rotos,
Sua língua gélida concebe calafrios,
Se orgulha de seu pujante nome,
Óh suprema Morte, quem poderá abater-te?
Conheço um homem que pode domá-la,
Assumir suas rédeas e guiar sua prepotência,
No patíbulo de horror eu enxergo, o mártir,
Apunhalado pelo duro golpe de meu pecar...
Jesus, o Cristo. Filho do Deus vivo,
Para aniquilar a morte, morreu de forma honrosa,
Ouviu-se um brado. Alguém grita: Onde está ela?
Onde foi parar seu aguilhão, onde está tua vitória?
A morte morreu, para sempre se foi.
O Messias vive, em breve retornará,
Quem vive e crê em Jesus, não morrerá eternamente,
E ainda que morra, crendo Nele viverá.