Tempo

Em um tempo passado

Fui como qualquer criança.

Vivendo e sorrindo despreocupado,

Tendo, nos pais, plena segurança.

Hoje, já crescido, posso ver

O mundo que passa e passou.

As memórias entre o esquecer

Dos dias que o tempo levou.

Tantos sorrisos e tristezas;

Amigos e familiares,

Perdidos nas correntezas,

Da vida e seus findares.

Lembranças que aquecem

De bênçãos e compaixão.

Lágrimas que não desvanecem,

Das dores de uma aflição.

E o tempo continua a passar,

Deixando cicatrizes e curas.

Mas nunca se pondo a esperar

Os bons dias ou noites duras.

A cada dia, um novo anseio

De um mundo acelerado,

Com afazeres que nem nomeio.

Já se foi o infante despreocupado.

Rogo ao que do tempo é Senhor

Que não me deixe nas correntezas,

Para acabar sem tempo nem vigor,

Perdido em aceleradas incertezas.

Mas que eu possa contemplar

O tempo e suas muitas notas.

Como uma bela música a tocar,

Cantando as vitórias e derrotas

Que as estrelas brilhem em meu olhar,

Sintonizadas com a Luz em meu coração.

Que eu jamais venha a me cegar.

Para a grandeza desta eterna canção

E quando meu peito não mais acompanhar

O ritmo desta graciosa sinfonia,

Que eu, ao menos, consiga aos outros cantar

Sobre o compositor de toda a alegria.

E que minha lápide seja um hino

De gratidão, temor e consagração,

Ao bom, eterno e santo Rei Divino,

O compositor de toda a criação.

Verbo em Versos
Enviado por Verbo em Versos em 04/02/2022
Código do texto: T7444344
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