Mistérios Gozosos

Não fomos feitos nós para a alegria,

Despir de lábios nossos dentes brancos?

Ou todos os sorrisos vêm aos trancos,

Forçados ao normal de uma agonia?

Demonstram o natural por serem francos.

E se o corpo é tão belo enquanto cria

Em sono externo a interna sinfonia

E a alma, que em suas risadas não tem flancos?

Deve ser uma coisa toda a abrir

As comportas do seu ser sem contornos

E, vazia, no fundo descobrir,

O que almejava não está no entorno;

E a Rocha no seu leito faz fluir,

Fervente, a Água eterna ao que era morno

David Ariru
Enviado por David Ariru em 25/01/2022
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