Mistérios Gozosos
Não fomos feitos nós para a alegria,
Despir de lábios nossos dentes brancos?
Ou todos os sorrisos vêm aos trancos,
Forçados ao normal de uma agonia?
Demonstram o natural por serem francos.
E se o corpo é tão belo enquanto cria
Em sono externo a interna sinfonia
E a alma, que em suas risadas não tem flancos?
Deve ser uma coisa toda a abrir
As comportas do seu ser sem contornos
E, vazia, no fundo descobrir,
O que almejava não está no entorno;
E a Rocha no seu leito faz fluir,
Fervente, a Água eterna ao que era morno