Agonia de uma Cruz

A dor que rasga, que atormenta e que tortura,

Que trucida meu corpo e minh’alma inferniza,

É a dor que me ilumina, é a chama obscura,

É a dor que não acaba, é a dor que me castiga!

Sinto a dormência, em meu peito magoado

Transpassado pela dor, em profundo sofrimento

Sinto tanta dor, em meu corpo alquebrado

Que em prantos eu procuro, sufocar este lamento

Então peço a Deus que me alivie, Ele me ouvirá?

Que afaste de mim esse cálice amargo!

Grito desesperado em vão, quem vai me salvar?

Pelo Vale da Sombra da Morte eu hei de passar

Só eu e mais ninguém, nessa dor infinita...

Passarei por ela sim! Quero, devo! Irei triunfar!

***

“Yaveh é meu pastor; nada me faltará.

Faz-me repousar em pastos verdejantes;

Conduz-me às águas de descanço.

Elle refrigera a minha alma,

Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.

Ainda que eu ande pelo valle da sombra da morte,

Não receiarei mal algum, porque tu és commigo:

O teu cajado e o teu bordão, elles me confortam.

Deante de mim preparas uma mesa na presença dos meus inimigos;

Ungiste com oleo a minha cabeça; o meu calix transborda.

Unicamente a bondade e a misericórdia

me seguirão todos os dias da minha vida,

E habitarei na casa de Yaveh por longos dias”

(PSALMOS 23)

A

A BIBLIA SAGRADA

TRADUCÇÃO BRAZILEIRA

1927

Escrito e publicado numa segunda-feira, janeiro 31, 2011, após sofrer uma queda de cima do telhado.